sábado, 3 de outubro de 2009

Liturgia de Domingo, 3/10/2009


As leituras do 27.º Domingo do Tempo Comum apresentam, como tema principal, o projecto ideal de Deus para o homem e para a mulher: formar uma comunidade de amor, estável e indissolúvel, que os ajude mutuamente a realizarem-se e a serem felizes. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus.
A primeira leitura diz-nos que Deus criou o homem e a mulher para se completarem, para se ajudarem, para se amarem. Unidos pelo amor, o homem e a mulher formarão “uma só carne”. Ser “uma só carne” implica viverem em comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo.
No Evangelho, Jesus, confrontado com a Lei judaica do divórcio, reafirma o projecto ideal de Deus para o homem e para a mulher: eles foram chamados a formar uma comunidade estável e indissolúvel de amor, de partilha e de doação. A separação não está prevista no projecto ideal de Deus, pois Deus não considera um amor que não seja total e duradouro. Só o amor eterno, expresso num compromisso indissolúvel, respeita o projecto primordial de Deus para o homem e para a mulher.
A segunda leitura lembra-nos a “qualidade” do amor de Deus pelos homens… Deus amou de tal forma os homens que enviou ao mundo o seu Filho único “em proveito de todos”. Jesus, o Filho, solidarizou-Se com os homens, partilhou a debilidade dos homens e, cumprindo o projecto do Pai, aceitou morrer na cruz para dizer aos homens que a vida verdadeira está no amor que se dá até às últimas consequências. Ligando o texto da Carta aos Hebreus com o tema principal da liturgia deste domingo, podemos dizer que o casal cristão deve testemunhar, com a sua doação sem limites e com a sua entrega total, o amor de Deus pela humanidade.



No Livro do Génesis, Deus revela-nos a dimensão social do Homem, a sua vocação sublime de comunicador. É a essa última palavra da Criação, palavra que gerou o Homem – assim elevado ao estatuto de centro da criação – que Jesus regressa no Evangelho. Interpelado pelos fariseus, o Senhor destrói a armadilha legalista, autêntica redoma, que os seus inimigos acabavam de lhe estender, numa tentativa de justificarem o divórcio e, simultaneamente, comprometerem Jesus. A resposta de Cristo é contundente: a criação está antes da lei; foi o pecado do Homem que veio tornar a lei necessária. Na perspectiva cristã, o matrimónio é uma comunidade de vida e amor, mais sacramento do que contrato.

Fonte: Farol de Luz
A caminho

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