domingo, 18 de outubro de 2009

Liturgia de Domingo, 18/10/2009



A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum lembra-nos, mais uma vez, que a lógica de Deus é diferente da lógica do mundo. Convida-nos a prescindir dos nossos projectos pessoais de poder e de grandeza e a fazer da nossa vida um serviço aos irmãos. É no amor e na entrega de quem serve humildemente os irmãos que Deus oferece aos homens a vida eterna e verdadeira.
A primeira leitura apresenta-nos a figura de um “Servo de Deus”, insignificante e desprezado pelos homens, mas através do qual se revela a vida e a salvação de Deus. Lembra-nos que uma vida vivida na simplicidade, na humildade, no sacrifício, na entrega e no dom de si mesmo não é, aos olhos de Deus, uma vida maldita, perdida, fracassada; mas é uma vida fecunda e plenamente realizada, que trará libertação e esperança ao mundo e aos homens.
No Evangelho, Jesus convida os discípulos a não se deixarem manipular por sonhos pessoais de ambição, de grandeza, de poder e de domínio, mas a fazerem da sua vida um dom de amor e de serviço. Chamados a seguir o Filho do Homem “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida”, os discípulos devem dar testemunho de uma nova ordem e propor, com o seu exemplo, um mundo livre do poder que escraviza.

Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus fala-nos de um Deus que ama o homem com um amor sem limites e que, por isso, está disposto a assumir a fragilidade dos homens, a descer ao seu nível, a partilhar a sua condição. Ele não Se esconde atrás do seu poder e da sua omnipotência, mas aceita descer ao encontro homens para lhes oferecer o seu amor.




Participar da mesa do Senhor significa beber e partilhar o cálice de Jesus, é-nos explicado hoje no Evangelho. Jesus, ao aceitar o Seu cálice, salvou-nos, colocando-Se inteiramente ao serviço de Deus e dos Homens. Se, realmente, desejamos beber do seu cálice, devemos também colocar-nos nas suas mãos, prontos para o sacrifício da própria vida pelos irmãos. É esta a lógica cristã do serviço, contra toda a ambição, pecado ao qual os apóstolos não estavam imunes. Foi devido à solidariedade única do Salvador para com as nossas fraquezas que Ele se tornou Sumo Sacerdote e único mediador entre Deus e nós, como atesta a Carta aos Hebreus, que hoje continuamos a escutar. E foi por isso que, ressuscitado, Cristo adquiriu a descendência duradoura de que nos dá conta a primeira leitura.

Fonte: Farol de Luz

A caminho

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